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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Interacção Fraterna de Natal

                                    Advento, tempo de Esperança e renovação





E hoje a saudade bateu à minha porta.
Peguei na criança que eu fui e embalei-a no pensamento das minhas memórias repletas de recordações...
Eram dias frios e húmidos nas terras do Gerês.
A noite era o breu que cobria a aldeia entrecortada de pinheiros e eucaliptos.
O peito enchia-se do aroma purificador do pinho ácido.
A manhã crescia com a azáfama do Natal. Os adultos trocavam conversas sérias, feitas de doces
e a ceia.
Mas... e o presépio?
Isso era com as crianças...
Então, descia os caminhos toscos serpenteados por entre os pinhais que levavam ao rio.
As pedras penduravam-se verdes e viçosas. E eu colhia as pastas de musgo da face dos rochedos, deitados por entre os pinheirais.
...E nascia um presépio com cheiro a pinho, a musgo, a verdade...
Não tinhas luzes psicadélicas mas um único ponto fixo luminoso, recordando a mensagem de Belém.
Nasceu um Menino que iria desinquietar os bem instalados na Terra.
E a mesa crescia com a alegria da festa, e da festa dos sabores.
Meia noite.
O sapato mais bonito para o Menino Jesus! Era uma presença especial, pois claro!..
E lá ia deitar-me vendo bem a posição do sapato, não fosse Ele esquecer-se...
Adormecia com o sapato e a ansiedade...
E mal nascia o dia, corria para a chaminé pendurando a surpresa no coração...
E o Menino lembrou-se de..mim. ...E a alegria era do tamanho da felicidade daquele instante!..
...
Hoje também recebo presentes...
Mas não ponho o sapatinho!..
Hoje também ofereço presentes...
...Mas não são para pôr no sapatinho...
...São para o " pinheirinho" entupido de embrulhos e laços pretensiosos...
...E parece que a festa começa aqui...com as crianças histéricas a abrir presentes ...continuando...a abrir presentes agora já entediadas...acabando por lançar neles um olhar absorto, mudo, fundo!

E a festa ia mudando
...E perco-me em mim. Agora, não na saudade, mas nas perguntas que borbulham na alma como lava num vulcão!..
...E as respostas saem luminosas e quentes...
...Ora me queimam, inquietando-me...
...Ora me inquietam, queimando-me ainda mais!
...Ah! O meu Natal
...O meu sapatinho
...O meu Menino Jesus!
...

BOM NATAL PARA TODOS!

 



quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Tertúlia de Amor

 

                                                 Convite da amiga Rosélia para esta 

Tertúlia de Amor

a decorrer até  Dezembro

Blog AMORAZUL









Tu és o prado onde descanso os meus olhos
Tu és o prado no veludo dos meus pés
Tu és o prado, puro verde sem abrolhos
Tu és o prado, mar verde sem marés.

Vou planando sobre os campos de mil cores
Qual águia branca que volteja sem parar
No mar imenso e colorido das flores
Onda gigante onde quero mergulhar.

E neste prado molhado onde me deito
E onde o azul se desmaia ao sol-pôr
É o lugar secreto onde me deleito

Ah! Quisera eu não ter que acordar
Deste sonho verde e de aguarelas feito
E dormir eternamente neste mar!




Manuela Barrroso

Um Abraço.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Tertúlia de Amor

                                                 Convite da amiga Rosélia para esta 

Tertúlia de Amor

a decorrer até Dezembro

Blog AMORAZUL








Noite e dia viajam 
no meu regaço.
Sou o além, para além de mim
no espaço.
 
Vem lavrar as noites
com o algodão doce da relva
não perturbes o meu sono
agora sou da lua
e não tua.
Quero alongar-me no sonho
em ruínas de saudades
jaspes negros a meus pés
topázio azul nas grutas
música de quem a escuta.

Que nome tem o teu brilho?
E o caminho que trilho?
Serás bálsamo das marés
enchendo minha noite de ondas
e de algas, os meus pés.

Depois, que o sol caia.
E antes que a noite me traia
fica comigo

nesta praia.


Manuela Barroso

Um Abraço.



segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Tertúlia de Amor

Convite da amiga Rosélia para esta 

Tertúlia de Amor

a decorrer até Dezembro

Blog AMORAZUL




 



Enquanto a noite vai caindo na chama

acesa do teu peito, vai também caindo luz

em flores de cetim nos nossos corpos ali

onde teu vulto é sombra que sorri,

 

enchendo de segredos a claridade.

Baixando sobre nós e em tom suave

nos diz baixinho: O amor não tem idade!

 

E voou a solidão que em mim havia.

As tardes foram todo um poema

no tu e eu, feitos um só tema.




Manuela Barroso


Com um Abraço!

 


 

 



 

 

 

 

 

 

 

 


 




quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Aqui

 



Ainda que o mundo exale o seu bafo negro e expanda as suas garras, estou algures.

É aqui o berço que me embala na minha cabana.


Imagem e Texto

Manuela Barroso

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Enamoramento

 

Comemoração do Dia dos Enamorados, no Brasil, 

12 de Junho

Convite da Amiga Rosélia

Blog: Amor Azul

 





Mil vezes a peregrinação da tua imagem no colo da alegria
que me persegue com o desgaste da tua ternura,
que o espelho febril dos sonhos onde não estás.

Céu dourado este, que te faz anjo no caminho
onde nem sempre me encontro.
És tu a presença saturada de mel
na doçura dos teus lábios.

Nomeio-te meu astro no desnorte
da constelação do meu corpo.


Manuela Barroso









segunda-feira, 26 de maio de 2025

domingo, 20 de abril de 2025

Páscoa Feliz

 












Páscoa!
O Sol a tentar amaciar as mãos de um frio a desoras  
e recordei os dias primaveris do meu canto no recanto paterno.
As laranjeiras pingavam flores e o perfume vinha em vapores de brisa. 
Inebriante!

Hoje, frio e cinza cobrem o corpo e a alma.
Jesus Cristo deu a vida pela Humanidade. 
Mas ninguém ouve, nem fala, nem vê. 
É "demodée" falar num EU que se fez Homem e que ultrapassa o nosso entendimento.
Falemos antes em Inteligência Artificial esse "desconhecido...

É que e perdoem-me, quero falar de Páscoa e Ressurreição 
e tropeço em metais e pó.
Lembro o que Ele disse na Cruz 
"Pai , perdoa porque não sabem o que fazem".

Mas Ele está realmente  ressuscitado!


Manuela Barroso















segunda-feira, 14 de abril de 2025

Tempo de Páscoa-Semana Santa

 




Tempo de Páscoa.
O azul do céu parece (parecia-me) mais límpido, transparente e tranquilizador num misto de serenidade e misteriosa inquietude.
A Natureza associa-se ao Tempo, com uma certa inconstância: ora está a acordar duma longa hibernação, numa espécie de preguiça, ora acorda irritadiça alagando as várzeas e fazendo tremer os salgueirais.
Mas também convida, assim, e quem sabe de propósito, ao recolhimento de um passado que Agora ainda se recorda: A morte de Jesus numa cruz.

Mas a saudade vem quando, depois de comemorar a ressurreição, o Compasso visitava a minha casa, acompanhado de um tilintar de uma alegre campainha. E lá vinha uma coroa de flores pequeninas brancas e rosadas, envolvendo a cruz de uma suavidade luminosa, fonte da ternura pascal.

E a saudade voltou ao meu peito.

Hoje…não sinto o mesmo azul, nem o mesmo perfume das flores, nem os rebentos dos salgueiros, nem a chuva mansa.

A rebeldia da Natureza reflete a incongruência da Humanidade.
E Ele, o Jesus das palhinhas?

Ainda e sempre à nossa espera.

 


Imagem e texto

de

Manuela Barroso